quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eis que morto acordei: novaes/



   Eis que morto acordei: novaes/

       Acordei morto. Não poderia, mas aconteceu. Despertei-me da vida. Emergi desse mundo. Não foi sonho, mas sono profundo, acordado, fora do mundo. Foi um mergulho ao contrário, um libertar-me das águas, das ruas, das casas, das pessoas. Um soltar-me de mim mesmo, dos limites. Sim, um desprender-me de todos os infinitos limites que nos definem, que tão definitivamente nos moldam, ossos, músculos, pele, cérebro, e como tal nos possibilitam. Morri, impossibilitei-me, inexisti, e acordei desse modo, não vivente, falecido, cadáver nascido subitamente, como sói acontecer a todos algum dia, um belo dia, em que acordamos da vida para sempre.

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