Já passava de duas horas da manhã. Acabara de ler o livro. Estava
arrebatada, assustada, sem chão. As
palavras ainda não tinham sido inteiramente absorvidas, processadas, mas algo
já parecia fazer efeito causando uma espécie de tonteira, vertigem. O coração
batia forte como se antevisse o risco. Teve medo. Sentia-se muito só, apesar do marido e do
filho estarem dormindo no cômodo ao lado. O silêncio da madrugada só
intensificou seu desconforto. Na sua
inquietude, buscou algo que há muito tempo não trazia à vida. Ainda não sabia o que pensar, o que dizer, o
que fazer, mas precisava de um canal de expressão. Aquele nó na gartanta precisava
sair, do contrário ela sufocaria.
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